Hoje dia 30 março é o segundo Dia Internacional do Lixo Zero. Neste ano destaca-se tanto a necessidade de reforçar a gestão de resíduos a nível mundial como a necessidade de promover padrões de consumo e produção sustentáveis, a circularidade e sensibilizar para as questões do desperdício.

“A crise do descarte de resíduos está a minar a capacidade da Terra de sustentar a vida. O descarte de resíduos sólidos custa bilhões de dólares à economia global anualmente”, disse o Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. “Ao tratar a natureza como um aterro sanitário, estamos a cavar as nossas próprias sepulturas. É hora de refletir sobre os custos que resíduos sólidos estão a causar ao nosso planeta — e de encontrar soluções para esta grave ameaça”.

A cada ano, estima-se que 11,2 bilhões de toneladas de resíduos sólidos são recolhidos globalmente. O setor de resíduos contribui significativamente para a emissão de gases de efeito estufa em ambientes urbanos e para a perda da biodiversidade. Cerca de 931 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas a cada ano, e espera-se que até 37 milhões de toneladas de resíduos plásticos entrem anualmente no oceano até 2040.

Todos os anos, as famílias, as pequenas empresas e os prestadores de serviços públicos geram mais de 2 mil milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos — desde embalagens e produtos eletrónicos até plásticos e alimentos. No entanto, os serviços globais de gestão de resíduos estão mal equipados para lidar com esta situação, com 2,7 mil milhões de pessoas sem acesso à recolha de resíduos sólidos e apenas cerca de 60% dos resíduos sólidos urbanos a serem geridos em instalações controladas. A humanidade deve agir urgentemente para enfrentar a crise dos resíduos.

A poluição por resíduos ameaça significativamente o bem-estar humano, a prosperidade económica e a tripla crise planetária das alterações climáticas, da perda da natureza e da biodiversidade e da poluição. Sem medidas urgentes, a produção anual de resíduos sólidos urbanos atingirá 3,8 mil milhões de toneladas até 2050.

Em Portugal são produzidas anualmente mais de 5 milhões de toneladas de resíduos urbanos, e 56% destes resíduos são colocados em aterros. Apenas 16% têm como destino final a reciclagem, mas cerca de 40% são biorresíduos e 28% são recicláveis.

As iniciativas de Lixo Zero podem promover uma boa gestão de resíduos e minimizar e prevenir o desperdício. Isto contribui para reduzir a poluição, mitigar a crise climática, conservar a biodiversidade, aumentar a segurança alimentar e melhorar a saúde humana.

Do que se trata o Lixo Zero?
É uma abordagem que pretende manter os resíduos fora de aterros e do oceano e cujo foco é mantê-los na economia, diminuindo a quantidade de novos resíduos produzidos. O Lixo Zero promove padrões responsáveis de produção e consumo e promove os 5 Rs: Recusar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Compostar.

Neste dia do Lixo Zero queremos relembrar que não se trata apenas de reduzir a produção de resíduos que vemos em casa como as embalagens e o desperdício alimentar, mas também a redução de consumo de roupa e consequente descarte; tal como a produção de lixo eletrónico.
Antes de comprar algo novo pensa em reutilizar ou reparar o que já tens, se não for possível pensa em comprar em 2ª mão. Se tiveres de comprar novo tenta comprar com o mínimo de embalagens possíveis.

Podes evitar a produção de lixo: